Editorial – O mercado diante da nova taxa Selic
Pelo que revela a pesquisa Focus, do Banco Central, as previsões feitas pelos operadores do mercado – depois da decisão do Copom, que elevou em 0,50 ponto de porcentagem (p.p.) a taxa Selic – são de que esta taxa, em 2008, passará da média de 12,09% para 12,16% e, no que vem, de 11,52% para 11,83%.
Isso mostra que, apesar de o Copom ter deixado claro que outras elevações poderão ocorrer, o mercado acha que o processo terá um ciclo curto. O que retira um pouco do temor dos empresários de que esse processo de altas se prolongue pelo próximo ano.
Mas se trata do único ponto em que o mercado se revelou otimista. No que se refere à inflação, o levantamento Focus mostra que o mercado não acredita que em 2008 as medidas do Copom a conterão e, assim, a previsão para o IPCA do ano passou de 4,66% na semana passada para 4,71%, embora a expectativa para 2009 o mantenha em 4,40%.
Admite-se também uma pequena redução, neste ano, do crescimento do PIB, que, previsto em 4,70% na semana passada, agora é de 4,60%, enquanto para o ano que vem a estimativa continua em 4%. O mercado não parece acreditar que o ritmo do consumo diminua, já que está considerando um crescimento de 5,50% na produção industrial deste ano, ou seja, 0,10 p.p. a mais do que previa na semana anterior.
Mantém-se a previsão de R$ 1,75 por US$ 1 para a taxa cambial no final de 2008, e de R$ 1,80 para 2009. Essa taxa cambial afeta, porém, a previsão para o superávit da balança comercial, que, para este ano, caiu de US$ 25,30 bilhões para US$ 25 bilhões e, para o ano que vem, deve cair de US$ 19,50 para US$ 19,38 bilhões. Ao mesmo tempo, a previsão do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos aumentou de US$ 16 bilhões para US$ 16,50 bilhões neste ano e de US$ 20 bilhões para US$ 22 bilhões no próximo ano.
São apenas previsões de pessoas que trabalham no mercado financeiro, que poderíamos qualificar de “palpites”, mas o fato é que não se acredita na contenção da inflação no curto prazo e se assinala uma deterioração das contas externas. É um pouco estranho o mercado acreditar numa melhoria da relação da dívida líquida do setor público com o PIB – como a pesquisa revela -, pois a elevação da taxa Selic aumenta o serviço da dívida em relação a um PIB menor. Só se houvesse uma grande redução dos gastos do governo central, do que, até agora, não se tem notícia.
Isso mostra que, apesar de o Copom ter deixado claro que outras elevações poderão ocorrer, o mercado acha que o processo terá um ciclo curto. O que retira um pouco do temor dos empresários de que esse processo de altas se prolongue pelo próximo ano.
Mas se trata do único ponto em que o mercado se revelou otimista. No que se refere à inflação, o levantamento Focus mostra que o mercado não acredita que em 2008 as medidas do Copom a conterão e, assim, a previsão para o IPCA do ano passou de 4,66% na semana passada para 4,71%, embora a expectativa para 2009 o mantenha em 4,40%.
Admite-se também uma pequena redução, neste ano, do crescimento do PIB, que, previsto em 4,70% na semana passada, agora é de 4,60%, enquanto para o ano que vem a estimativa continua em 4%. O mercado não parece acreditar que o ritmo do consumo diminua, já que está considerando um crescimento de 5,50% na produção industrial deste ano, ou seja, 0,10 p.p. a mais do que previa na semana anterior.
Mantém-se a previsão de R$ 1,75 por US$ 1 para a taxa cambial no final de 2008, e de R$ 1,80 para 2009. Essa taxa cambial afeta, porém, a previsão para o superávit da balança comercial, que, para este ano, caiu de US$ 25,30 bilhões para US$ 25 bilhões e, para o ano que vem, deve cair de US$ 19,50 para US$ 19,38 bilhões. Ao mesmo tempo, a previsão do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos aumentou de US$ 16 bilhões para US$ 16,50 bilhões neste ano e de US$ 20 bilhões para US$ 22 bilhões no próximo ano.
São apenas previsões de pessoas que trabalham no mercado financeiro, que poderíamos qualificar de “palpites”, mas o fato é que não se acredita na contenção da inflação no curto prazo e se assinala uma deterioração das contas externas. É um pouco estranho o mercado acreditar numa melhoria da relação da dívida líquida do setor público com o PIB – como a pesquisa revela -, pois a elevação da taxa Selic aumenta o serviço da dívida em relação a um PIB menor. Só se houvesse uma grande redução dos gastos do governo central, do que, até agora, não se tem notícia.