Maioria no setor financeiro ainda não avaliou impactos da reforma tributária, aponta KPMG

Beatriz Gimenez

A poucos meses do início da transição para o novo sistema tributário, uma pesquisa da KPMG Brasil mostra que 86% das instituições financeiras do país ainda não têm visibilidade sobre os impactos financeiros da reforma em suas operações. Entre os entrevistados, 66% informaram ter iniciado as análises desses impactos, ainda em andamento; 20% declararam não ter começado qualquer avaliação até o momento; e 14% afirmaram já ter concluído seus estudos sobre o tema.

O levantamento também mapeou as principais preocupações das empresas consultadas e concluiu que:

40% consideram a complexidade técnica e a incerteza jurídica os principais gargalos;
31% priorizam a adequação de sistemas;
20% se preocupam com os impactos sobre os modelos operacionais e de negócios;
9% apontam outras preocupações.
A publicação traz ainda a visão das companhias sobre os reflexos da reforma nas operações de fusões e aquisições no mercado nacional. O resultado mostra que a maioria não avaliou esses impactos, nem considerou os efeitos sobre novos produtos e projetos.

Do ponto de vista orçamentário, sete em cada dez empresas informaram não possuir um orçamento estruturado para o período de transição, e a maioria trata a reforma como uma despesa pontual.

Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas do dia no seu email
Para Celso Alcântara, sócio de impostos para serviços financeiros da KPMG Brasil, os dados revelam a dificuldade das empresas em se adaptar às novas regras, diante de um cenário de incertezas sobre a regulamentação e a implementação da reforma.

“Apesar de haver clareza sobre os desafios a serem enfrentados, os dados indicam que a complexidade técnica, a adequação de sistemas e os impactos sobre os modelos operacionais e de negócios estão no centro das prioridades estratégicas”, avalia Alcântara.

Já Cláudio Sertório, sócio-líder de serviços financeiros da KPMG no Brasil, destaca os avanços tecnológicos como um dos principais pilares da reforma tributária.

“A experiência mostra que equipes multidisciplinares são cruciais para confirmar entendimentos técnicos e de negócios, mitigar problemas e aumentar a confiabilidade da implementação”, pontua, em recomendação às empresas durante o período de transição.

O estudo “Reforma Tributária do Consumo 2025” ouviu líderes de 35 organizações de diferentes segmentos do setor de serviços, incluindo instituições financeiras, empresas de seguros, meios de pagamento, operadoras de planos de saúde e companhias do setor imobiliário.logo-jota

Por JOTA

10/11/2025 00:00:00

MP Editora: Lançamentos

Continue lendo