Mudança de cultura deve elevar crédito para pequena
As micros e pequenas empresas devem ter mais acesso ao crédito a partir deste ano. De acordo com o superintendente do Sebrae-SP , José Luiz Ricca, os bancos estão descobrindo outras maneiras mais eficientes de emprestar para o empreendedor.
“Estamos vivendo uma mudança cultural no financiamento”, afirma, citando o fortalecimento das cooperativas de crédito e o impulso dado pelo governo ao microcrédito.
Ele se refere à regulamentação nº 3.109 do Conselho Monetário Nacional (CMN), de julho do ano anterior, que estabeleceu que as instituições financeiras teriam de destinar pelo menos 2% de seus depósitos à vista para as operações de microcrédito.
As mudanças em curso ajudariam a desatar dois nós que impedem a expansão do crédito: a exigência de garantias pelos bancos e a resistência dos pequenos empresários ao financiamento formal.
Excesso de exigências
Uma pesquisa do Sebrae-SP e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de 1999 — a mais recente em termos de formas de financiamento para as pequenas — mostrou que o motivo mais alegado pelos bancos para a concessão de empréstimo é a falta de garantias.
Dos empreendedores ouvidos pela pesquisa, 36% apontaram essa causa. Em seguida, com 23%, vem a burocracia ou a dificuldade de apresentar toda a documentação requerida pela instituição financeira.
Entre os papéis freqüentemente solicitados estão a declaração de imposto de renda, a certidão negativa na Serasa e a comprovação de bens da empresa.
“O problema é que os bancos olham o pequeno empresário do mesmo jeito que enxergam o grande, de acordo com a capacidade de pagamento e não de acordo com o potencial de negócio que ele tem”, diz Ricca.
Para ele, as recentes operações de microcrédito são “outro departamento”, porque trabalha-se dentro dos limites e peculiaridades dos pequenos.
Os bancos estariam descobrindo que o pequeno empreendedor paga o que deve: “O maior patrimônio do micro e pequeno empresário é o seu nome limpo”, lembra Ricca.
Resistência cultural
A maioria dos empreendedores, 79%, não tem o costume de procurar por empréstimos bancários. Além da rejeição por conta dos juros altos e da burocracia, os pequenos não procuram os bancos, por falta de informação adequada e resistência cultural.
“Eles acabam buscando o crédito com os familiares”, afirma Ricca. Já recorreram a esse tipo de financiamento informal 68% dos micros e pequenos empresários.
A maioria dos empréstimos desse tipo ocorre esporadicamente, apenas nos momentos de maior necessidade da empresa.
Segundo Ricca, a divulgação recente do microcrédito contribui para diminuir a resistência empresarial. Para viabilizar os empréstimos de valores maiores, requisitados pelas pequenas empresas, o superintendente lembra da importância dos fundos de aval. O próprio Sebrae dispõe de um fundo de aval para proporcionar garantias aos bancos que financiam pequenas empresas.
O superintendente do Sebrae-SP afirma que o custo do crédito nem sempre é alto. Ele cita as “linhas obrigatórias” como o Finame e o Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) como exemplos de crédito acessível. “Não é um problema de recurso, mas de acesso”, completa.
“Estamos vivendo uma mudança cultural no financiamento”, afirma, citando o fortalecimento das cooperativas de crédito e o impulso dado pelo governo ao microcrédito.
Ele se refere à regulamentação nº 3.109 do Conselho Monetário Nacional (CMN), de julho do ano anterior, que estabeleceu que as instituições financeiras teriam de destinar pelo menos 2% de seus depósitos à vista para as operações de microcrédito.
As mudanças em curso ajudariam a desatar dois nós que impedem a expansão do crédito: a exigência de garantias pelos bancos e a resistência dos pequenos empresários ao financiamento formal.
Excesso de exigências
Uma pesquisa do Sebrae-SP e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de 1999 — a mais recente em termos de formas de financiamento para as pequenas — mostrou que o motivo mais alegado pelos bancos para a concessão de empréstimo é a falta de garantias.
Dos empreendedores ouvidos pela pesquisa, 36% apontaram essa causa. Em seguida, com 23%, vem a burocracia ou a dificuldade de apresentar toda a documentação requerida pela instituição financeira.
Entre os papéis freqüentemente solicitados estão a declaração de imposto de renda, a certidão negativa na Serasa e a comprovação de bens da empresa.
“O problema é que os bancos olham o pequeno empresário do mesmo jeito que enxergam o grande, de acordo com a capacidade de pagamento e não de acordo com o potencial de negócio que ele tem”, diz Ricca.
Para ele, as recentes operações de microcrédito são “outro departamento”, porque trabalha-se dentro dos limites e peculiaridades dos pequenos.
Os bancos estariam descobrindo que o pequeno empreendedor paga o que deve: “O maior patrimônio do micro e pequeno empresário é o seu nome limpo”, lembra Ricca.
Resistência cultural
A maioria dos empreendedores, 79%, não tem o costume de procurar por empréstimos bancários. Além da rejeição por conta dos juros altos e da burocracia, os pequenos não procuram os bancos, por falta de informação adequada e resistência cultural.
“Eles acabam buscando o crédito com os familiares”, afirma Ricca. Já recorreram a esse tipo de financiamento informal 68% dos micros e pequenos empresários.
A maioria dos empréstimos desse tipo ocorre esporadicamente, apenas nos momentos de maior necessidade da empresa.
Segundo Ricca, a divulgação recente do microcrédito contribui para diminuir a resistência empresarial. Para viabilizar os empréstimos de valores maiores, requisitados pelas pequenas empresas, o superintendente lembra da importância dos fundos de aval. O próprio Sebrae dispõe de um fundo de aval para proporcionar garantias aos bancos que financiam pequenas empresas.
O superintendente do Sebrae-SP afirma que o custo do crédito nem sempre é alto. Ele cita as “linhas obrigatórias” como o Finame e o Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) como exemplos de crédito acessível. “Não é um problema de recurso, mas de acesso”, completa.