Cuidados evitam que a declaração do IR caia na malha fina e adota parâmetros para apanhar os que estão sonegando

MARCOS CÉZARI – Malha fina. Essas duas palavras costumam tirar o sono de milhares de contribuintes a cada ano. São aqueles cujas declarações do Imposto de Renda ficam retidas pela Receita Federal para uma verificação mais detalhada -por algum erro ou por suspeita de sonegação.

O contribuinte que comete algum erro, ainda que involuntário, ou aquele que pretende enganar o leão do IR precisa ter em mente o seguinte: a malha fina não é um sistema aleatório, do tipo “a cada dez declarações processadas uma fica retida”.

A Receita Federal não trabalha dessa forma. Ela usa dois sistemas básicos: cruzamento de informações e parâmetros.No primeiro caso, a Receita cruza as diversas informações existentes em seus cadastros com as de outros órgãos. Um exemplo: verificar se um mesmo CPF tem rendimento pago por uma empresa e pelo INSS.

Os parâmetros são “bases” que a Receita usa a cada ano, no processamento das declarações, com o objetivo de apanhar os “espertinhos” que têm a intenção de sonegar -seja pagando menos ou restituindo mais.

As “bases” desses parâmetros são decididas somente depois que as declarações são entregues. Assim, eles serão usados a partir do momento que começa o processamento das declarações. Detalhe: a Receita não divulga quais são esses parâmetros -para não dar chance aos “espertos”- e alguns deles são mudados a cada ano.

Um parâmetro pode recair sobre os gastos médicos. É provável que a Receita defina que toda declaração de um contribuinte com mulher e filho fique retida se as despesas médicas superarem R$ 15 mil, por exemplo. Ou então, se forem maiores do que 10% da renda anual (em geral, esses gastos ficam abaixo desses limites).

Outro parâmetro podem ser os dependentes. Nesse caso, a “base” para reter a declaração pode ser, por exemplo, o número: cinco, seis ou mais dependentes. É que, na maioria dos casos, os contribuintes têm dois ou três dependentes.

Não omitir renda

Para evitar que a sua declaração fique presa na malha fina, o contribuinte deve adotar alguns cuidados na hora de prestar contas ao fisco.O primeiro deles é não omitir nenhuma fonte de renda (no caso de ter mais de uma, como salário e aposentadoria). É que, nesse caso, a Receita descobre o “golpe” ao cruzar os dados recebidos das fontes pagadoras.

O cruzamento é simples, pois é feito através do número do CPF do contribuinte. Deixar de informar uma fonte pagadora é malha fina na certa.

Omitir renda dos dependentes também deixa a declaração presa. Há contribuintes que adotam essa estratégia, especialmente quando o dependente (um filho, por exemplo) ainda estuda e é jovem. Só que, se a fonte pagadora informou o pagamento na Dirf, a Receita cruza os dados e pega a falcatrua.

Deixar de declarar renda com aluguel também é uma estratégia muito usada por quem quer passar a perna no leão. Mas descobrir essa fraude não é difícil, uma vez que quem paga aluguel tem de declarar o valor, mesmo não resultando em dedução. Com o CPF informado pelo inquilino, fica fácil saber se o contribuinte que recebeu declarou o valor ou não.

As despesas médicas são um dos principais focos de irregularidades nas declarações. Motivo: é mais difícil a fraude ser descoberta pela Receita. A dificuldade para descobri-la ocorre porque, na maioria dos casos, os contribuintes usam diferentes artifícios.

O primeiro consiste em aumentar o valor do recibo -por exemplo, um gasto de R$ 200 ser declarado por R$ 300. Outro é lançar uma despesa inexistente. Nesse caso, tendo o nome e o CPF do profissional (para isso basta ter um recibo de anos anteriores) é lançado um valor sem que ele de fato tenha sido gasto.Embora seja mais difícil detectar essas fraudes referentes a gastos médicos, a Receita tem como detectá-las, através do cruzamento da renda informada pelo profissional com o total declarado pelos contribuintes.

Erros de digitação

Outra providência que os contribuintes devem adotar é verificar, antes de entregar a declaração, se não cometeram erros na digitação de números (valores, CPF e CNPJ). Um erro fácil de ocorrer é a troca de posição de um número no valor da renda declarada -como R$ 59.405 por R$ 54.905.

Embora o programa da Receita na internet detecte erros de CPF e CNPJ, ele não “pega” um como o citado. Assim, todo cuidado é pouco, pois esse tipo de falha também retém a declaração na malha fina.

As informações prestadas pelos bancos também ajudam a Receita a detectar sonegação. Os informes das aplicações financeiras de cada contribuinte trazem o valor da CPMF retida. Basta cruzar esse valor com a movimentação financeira para saber se há ou não sonegação.

Se o banco reteve R$ 380 de CPMF de um correntista, é sinal de que ele movimentou R$ 100 mil no ano. Se declarar renda muito menor do que isso, pode ser indício de sonegação.A declaração de bens também requer cuidados. Aumento de patrimônio sem renda compatível -o chamado sinal exterior de riqueza- também pode ser um indício de sonegação.

Fonte: Folha de S.Paulo

Data da Notícia: 16/04/2007 00:00:00

Gostou do notícia? Compartilhe em suas redes sociais

iplwin

iplwin login

iplwin app

ipl win

depo 25 bonus

slot deposit pulsa

1win login

indibet login

bc game download

10cric login

fun88 login

rummy joy app

rummy mate app

yono rummy app

rummy star app

rummy best app

iplwin login

iplwin login

dafabet app

https://rs7ludo.com/

dafabet