13ª Reunião da APET em 2025
Tema: Reforma Tributaria: Contabilização do IBS e da CBS
Data: 07/05/2025
Horário de Inicio: 09:00
Horário de Encerramento: 10:30
Formato da Reunião: Online
Coordenação Geral: Alexandre Evaristo
Coordenação Científica: Nereida Horta
Edison Carlos Fernandes
Sócio fundador do escritório FF Law
Sarah Noronha Gonçalves Maia
Sócia do Lacerda Gama Advogados
Fabio Silva
Doutorando em Ciências Contábeis
Paula Romano
Sócia de Tributos na Simões Pires
Novos Métodos de Arrecadação Tributária com a Reforma (IBS e CBS)
A reforma tributária brasileira propõe mudanças significativas na forma de arrecadação, destacando-se a separação dos tributos do preço de venda, o que implica que IBS e CBS não compõem a receita bruta das empresas. Essa abordagem altera o tratamento contábil e fiscal das operações, exigindo adaptação tanto nos processos internos quanto nos sistemas de compliance.
Principais Mudanças:
Split payment (pagamento fracionado) e recolhimento pelo adquirente passam a ser mecanismos centrais, otimizando a liquidação de créditos tributários e o controle sobre o cumprimento das obrigações fiscais.
O crédito tributário só pode ser apropriado após o efetivo recolhimento do imposto, afetando o fluxo de caixa e as negociações comerciais, especialmente em operações a prazo.
IBS e CBS são considerados tributos recuperáveis, mas não integram o custo dos estoques conforme o CPC 16. A reclassificação de estoque pode ser necessária para permitir a recuperação de tributos pagos anteriormente.
Impactos Contábeis e Financeiros:
A reforma exige ajustes nos contratos para refletir a separação clara das obrigações tributárias, conforme o CPC 47, e maior atenção ao reconhecimento de receita líquida, desconsiderando impostos sobre vendas.
Há desafios no controle e documentação de créditos, que devem ser reconhecidos apenas quando registrados como pagos na Receita Federal. Atrasos ou falhas nesse processo podem distorcer a gestão financeira.
A implantação de contas específicas de crédito (ex: conta de IBS/CBS) é sugerida para facilitar o controle sobre os direitos creditórios gerados após a liquidação da operação.
Setores Impactados e Desafios Operacionais:
Supermercados e empresas com alta rotatividade de estoque enfrentam dificuldades em repassar os tributos ao consumidor e em registrar corretamente o custo das mercadorias.
A comparação entre propostas de especialistas (como Edson e Paula) revela divergências sobre o uso de split payment e o controle econômico dos tributos.
O split payment impede que o fornecedor receba integralmente o valor da nota fiscal, pois parte do pagamento é retido para garantir o recolhimento do tributo. Isso exige controle rigoroso dos créditos e das obrigações fiscais remanescentes.
Conclusão:
A reforma tributária representa uma ruptura no modelo tradicional de contabilização e arrecadação de tributos, exigindo alta capacidade de adaptação das empresas. Os novos métodos visam maior transparência e controle, mas também introduzem complexidades que impactam diretamente o fluxo de caixa, a contabilidade de estoques, o reconhecimento de receitas e a gestão de créditos tributários. A preparação técnica, atualização de sistemas e capacitação das equipes são essenciais para lidar com essa transição.