Presidente pedirá ajuda de Estados na reforma tributária

26/02/2008


Lula quer engajamento dos governadores e obtém apoio de Aécio à proposta que irá para o Congresso


Adriana Fernandes, Tânia Monteiro e Lisandra Paraguassú




O Palácio do Planalto começou a mobilização para tentar garantir apoio ao projeto de reforma tributária que será entregue ao Congresso na quinta-feira. O tema foi um dos principais assuntos da reunião de coordenação política na manhã de ontem no Planalto. À tarde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou sobre a proposta com sindicalistas e amanhã mantém encontro com empresários, quando fará um apelo para que todos ajudem na aprovação da proposta. Na sexta-feira, em Aracaju, reforçará o apelo aos governadores do Nordeste.

Lula vai pedir aos governadores “que eles se engajem, que se empenhem para ajudar a reforma tributária”. “Este é um momento muito diferente dos outros, com o nível de confiança do País muito maior”, argumentou, durante a reunião de coordenação política. “Fazer reforma tributária com o País crescendo é mais fácil do que em momento de ajuste fiscal.”

Na reunião com as centrais sindicais, o presidente chegou a convidar os governadores para que o acompanhem durante a entrega do projeto ao Congresso. “Vamos ouvir os dirigentes sindicais, os empresários e, depois, vamos junto com os governadores, ou se não quiserem vir para não se comprometerem, vamos sozinhos, dar entrada neste projeto da reforma tributária, para que a gente dote o País de uma política tributária capaz de permitir que nós sejamos competitivos.”

Enquanto Lula vendia a reforma tributária em encontro com líderes sindicais, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazia o mesmo com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). O mineiro encampou a proposta e disse que a oposição ao governo Lula precisa ter uma “visão de País”.

Segundo ele, os oposicionistas não devem rejeitar a proposta de antemão por ter sido elaborada pelo governo petista. “Não vamos de antemão considerá-la nociva por ser do governo. Na verdade não podemos repetir o equívoco do PT no passado de considerar com vício de origem tudo o que saía do governo Fernando Henrique Cardoso”, afirmou o governador.

Ele procurou ressaltar a importância de sua manifestação de apoio. “Minha vinda aqui é um gesto político de disposição. Minha presença é de alguma forma uma sinalização para os nossos companheiros.” Segundo ele, se o PT não tivesse cometido o equívoco no passado de ser contra todas as propostas do governo FHC, talvez hoje o País já estivesse vivendo um novo sistema tributário, mais eficiente e simplificado.

O governador disse que não poderia dar o apoio à proposta de reforma tributária em nome de todo o PSDB. “Mas, àqueles que me ouvirem, vou mostrar que ela é necessária para o País.”

Aécio afirmou que vai conversar com a bancada do partido no Congresso. Prometeu também marcar uma reunião, em Brasília, com os parlamentares mineiros de todos os partidos para logo depois que a proposta chegar ao Congresso.

“Não quero que a reforma seja tratada apenas como uma questão partidária entre governo e oposição. No seu nascedouro, ela precisa ter a coloração uma reforma tributária a favor do País”, afirmou.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Data da Notícia: 26/02/2008 00:00:00

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