Para pagar menos imposto, YouCom vai virar franquia

A rede de moda jovem YouCom, um dos projetos de expansão da Renner, fechou o segundo semestre deste ano com 20 lojas em funcionamento no País. Apesar de essas primeiras lojas serem próprias e estarem localizadas, em sua grande maioria, em cidades de maior porte, o plano de negócio da YouCom prevê o atendimento às cidades menores – e pelo sistema de franquias. Segundo o presidente da Renner, José Galló, a razão para a escolha do modelo, diferente do sistema de lojas próprias da marca principal, é a redução do pagamento de impostos. Como os pequenos empresários que comprarem as franquias vão se enquadrar no programa Simples, o peso da carga tributária sobre o negócio deverá ser bem mais baixo. Para o consultor em franquias Marcelo Cherto, o modelo pressiona menos o caixa da dona da marca. “O financiamento é feito pelo franqueado. É uma forma de levantar capital sem recorrer ao mercado financeiro.” Além da desaceleração da economia, dois outros fatores podem ameaçar a hegemonia das grandes marcas nacionais de moda: a chegada de novos concorrentes estrangeiros e o crescimento da venda de moda pela internet – o setor passou a ser líder em vendas no e-commerce brasileiro desde o ano passado. Para seguirem relevantes no cenário atual, as empresas mais tradicionais do País estão alterando lojas, processos logísticos e linhas de produtos. Na década passada, a Hering virou exemplo de sucesso por ter conseguido deixar de ser uma indústria de roupas para se tornar uma companhia de varejo. Embora continue a vender em lojas multimarcas de todo o País, a maior parte de seu faturamento, hoje, vem da rede Hering Store. Renovação Analistas, no entanto, apontam que a marca vem perdendo força e precisa de um movimento de renovação. Segundo eles, os resultados vêm se deteriorando, especialmente ao longo dos últimos dois anos. Um relatório do Banco Fator destacou que a empresa registrou recorde negativo para um dos indicadores mais acompanhados pelo setor: venda nas lojas abertas há mais de um ano teve queda de 9,9% entre abril e junho. Uma das mudanças mais cobradas da Hering é a renovação do modelo de suas lojas. Embora alguns exemplos dessa renovação já tenham sido instalados – como a loja do Shopping Morumbi, em São Paulo -, o fato de a empresa trabalhar no sistema de franquias impede que essa modernização ocorra na velocidade exigida pelo mercado. “A transformação da rede é mais difícil no sistema de franquias. Primeiro, a empresa tem de fazer a mudança em suas lojas próprias e mostrar resultados. Só depois disso, o franqueado vai querer gastar o dinheiro na reforma”, explica o analista de varejo da corretora Brasil Plural, Guilherme Assis. Enquanto não muda de forma significativa as lojas, a empresa deve alterar segmentos, como as coleções. As camisetas devem ganhar mais detalhes e a prioridade será pelos tons mais vendidos.

Fonte: DCI

Data da Notícia: 05/08/2014 00:00:00

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