Levy sinaliza redução tributária para lideranças do agronegócio em Goiás
Goiânia – A guerra fiscal, um dos principais fatores que tiram competitividade da agroindústria, está no radar do Ministério da Fazenda. Na última sexta-feira, o ministro Joaquim Levy colocou a pasta à disposição para discussões e deixou claro para lideranças do agronegócio que “o que puder fazer para diminuir resíduos tributários em qualquer cadeia que esteja ligada a exportação é vantajoso” para o governo federal.
A redução de tributos auxiliaria no processo de agregação de valor à produção nacional, perseguido pelo setor e que está travado pelos problemas fiscais.
Ao DCI, o vice-presidente de Relações com Investidores, Comunicação e Sustentabilidade da Bunge, Martus Tavares, avaliou que nos últimos anos acontece o processo inverso ao desenvolvimento, que chamou de “desagregação de valor” às exportações. “Entre os 2010 e 2015, a produção de soja deve crescer 35%, a exportação, 65%. Em contrapartida, os embarques de farelo subiram 5% no período e os de óleo bruto caíram 30%, ou seja, o valor do produto é destruído pela questão tributária”, diz.
As declarações foram dadas no 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), presidido pelo empresário João Dória Jr., em Goiânia (GO). O evento foi coordenado pelo ex-ministro da Agricultura e presidente do LIDE Agronegócios, Roberto Rodrigues, e teve a presença do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo.
Estratégia
“Não preciso me estender para falar da questão tributária. Estou em Goiás para uma discussão muito importante, que pode dar grandes perspectivas para o Brasil, que é o ICMS, o que tornaria mais oportuna a exportação”, diz o ministro da Fazenda. Sobre o estado, Rebelo prevê que o agronegócio regional continue a combinar agricultura, pecuária e indústria. Amplamente debatida durante o evento, a questão tributária segue entre os principais entraves para o avanço do setor, justamente no momento em que as exportações de maior valor agregado ajudariam a economia.
Levy destacou sua parceria de trabalho com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e lembrou que o mercado está se destacando no comércio internacional. “É importante ouvir o setor produtivo, é uma área que tem competitividade”, diz.
“A indústria exportadora acumula PIS e Cofins, por isso é menos competitiva. Uma vez solucionados estes entraves internos, nós sabemos como colocar o produto no mercado. Se houver esse auxílio do governo, nós sabemos como fazer”, argumenta Tavares.
Segundo o vice presidente da Bunge, a expansão nos embarques está relacionada a prestação de informações (accountability) e rastreabilidade.
Lá fora
Paralela à resolução dos gargalos internos, está na estratégia do governo a participação em grupos de lideranças globais para discutir as movimentações de produtos entre os mercados. Para o ministro da Fazenda, é importante estar presente na tomada de decisões que afetam a cadeia do País. “O governo já sinalizou a aproximação de trabalho com a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Um dos temas tratados é a exportação de produtos de origem animal”, diz.
No cenário internacional, um dos problemas para agregação de valor é a aplicação de tarifas de exportação – por parte dos compradores – sobre produtos processados, incidência que não ocorre sobre as commodities em grãos, por exemplo. São as chamadas escaladas tarifárias.
Para os debatedores do fórum, uma alternativa que auxilia nas negociações e a criação de acordos de isenção tarifária é o uso de estratégias de marketing do industrializado. “Há um espaço importante para se criar valor até nos produtos básicos”, diz o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e acionista da BRF, Luiz Fernando Furlan. /A reporter viajou a convite da LIDE Agro.
Nayara Figueiredo
*DCI
A redução de tributos auxiliaria no processo de agregação de valor à produção nacional, perseguido pelo setor e que está travado pelos problemas fiscais.
Ao DCI, o vice-presidente de Relações com Investidores, Comunicação e Sustentabilidade da Bunge, Martus Tavares, avaliou que nos últimos anos acontece o processo inverso ao desenvolvimento, que chamou de “desagregação de valor” às exportações. “Entre os 2010 e 2015, a produção de soja deve crescer 35%, a exportação, 65%. Em contrapartida, os embarques de farelo subiram 5% no período e os de óleo bruto caíram 30%, ou seja, o valor do produto é destruído pela questão tributária”, diz.
As declarações foram dadas no 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), presidido pelo empresário João Dória Jr., em Goiânia (GO). O evento foi coordenado pelo ex-ministro da Agricultura e presidente do LIDE Agronegócios, Roberto Rodrigues, e teve a presença do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo.
Estratégia
“Não preciso me estender para falar da questão tributária. Estou em Goiás para uma discussão muito importante, que pode dar grandes perspectivas para o Brasil, que é o ICMS, o que tornaria mais oportuna a exportação”, diz o ministro da Fazenda. Sobre o estado, Rebelo prevê que o agronegócio regional continue a combinar agricultura, pecuária e indústria. Amplamente debatida durante o evento, a questão tributária segue entre os principais entraves para o avanço do setor, justamente no momento em que as exportações de maior valor agregado ajudariam a economia.
Levy destacou sua parceria de trabalho com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e lembrou que o mercado está se destacando no comércio internacional. “É importante ouvir o setor produtivo, é uma área que tem competitividade”, diz.
“A indústria exportadora acumula PIS e Cofins, por isso é menos competitiva. Uma vez solucionados estes entraves internos, nós sabemos como colocar o produto no mercado. Se houver esse auxílio do governo, nós sabemos como fazer”, argumenta Tavares.
Segundo o vice presidente da Bunge, a expansão nos embarques está relacionada a prestação de informações (accountability) e rastreabilidade.
Lá fora
Paralela à resolução dos gargalos internos, está na estratégia do governo a participação em grupos de lideranças globais para discutir as movimentações de produtos entre os mercados. Para o ministro da Fazenda, é importante estar presente na tomada de decisões que afetam a cadeia do País. “O governo já sinalizou a aproximação de trabalho com a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Um dos temas tratados é a exportação de produtos de origem animal”, diz.
No cenário internacional, um dos problemas para agregação de valor é a aplicação de tarifas de exportação – por parte dos compradores – sobre produtos processados, incidência que não ocorre sobre as commodities em grãos, por exemplo. São as chamadas escaladas tarifárias.
Para os debatedores do fórum, uma alternativa que auxilia nas negociações e a criação de acordos de isenção tarifária é o uso de estratégias de marketing do industrializado. “Há um espaço importante para se criar valor até nos produtos básicos”, diz o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e acionista da BRF, Luiz Fernando Furlan. /A reporter viajou a convite da LIDE Agro.
Nayara Figueiredo
*DCI