Governo de SP também reduz imposto de remédio

NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO 08/07/2014 02h00 O governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu reduzir a carga tributária de oito substâncias usadas na fabricação de medicamentos –medida que deve resultar em queda de até 10% no preço, segundo a indústria farmacêutica. O decreto ocorre a três meses das eleições e menos de duas semanas após a gestão Dilma Rousseff (PT) adotar ação semelhante ao incluir 174 substâncias na lista com isenção de tributos. A medida de Alckmin, formalizada na sexta-feira (4), altera a base de cálculo do ICMS desses remédios, que cai de 18% para 7%. Ela afeta alguns remédios populares (como Tylenol e Resfenol, para dor e febre). Além disso, esses medicamentos foram incluídos na cesta básica no Estado —que tem produtos com maior redução tributária e que abrange alimentos e artigos de higiene, dentre outros. Editoria de Arte/Folhapress a isenção federal de PIS/Cofins, os remédios eram de tarja vermelha ou preta. Já a lista do governo de São Paulo abrange medicamentos de uso corrente ou isentos de prescrição médica, como analgésicos e anti-inflamatórios, a exemplo do paracetamol e do ibuprofeno (como Advil), e de contraceptivos, como levonorgestel. Entre as oito substâncias também estão um antibiótico (amoxicilina com clavulanato) e princípios ativos usados no tratamento de asma, artrose e convulsões. Associações que reúnem a indústria farmacêutica e distribuidoras dizem que a medida ainda é isolada, devido ao baixo número de medicamentos, mas é um avanço. A estimativa é que as substâncias envolvam até 500 produtos nas farmácias, segundo o Sindusfarma (sindicato das indústrias da área). A entidade, no entanto, pedia a redução no ICMS para todos os medicamentos que ainda não tinham nenhum tipo de isenção fiscal. “É uma reivindicação antiga da indústria farmacêutica”, diz o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, para quem a alta carga tributária estava “afugentando” as empresas do setor. Segundo ele, o número de indústrias farmacêuticas no Estado passou de 253 para 183 entre 2011 e 2012. O diretor-executivo da Abafarma (Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico), Jorge Froes de Aguilar, também diz que a medida deve reduzir preços. Mas deve ter impacto maior para quem precisa de medicamentos mais caros –o sulfato de glucosamina e condroitina, usado no tratamento da artrose, por exemplo, custa entre R$ 50 e R$ 70. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo afirma que o decreto foi elaborado depois de estudos que levaram em conta a “ampliação do acesso aos medicamentos”. O governo não informou o impacto financeiro que terá a renúncia fiscal.

Fonte: Folha de S.Paulo

Data da Notícia: 08/07/2014 00:00:00

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