Fiscais da Receita no aeroporto de Guarulhos continuam com operação padrão

São Paulo – Apesar dos auditores fiscais da delegacia regional do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, terem apontado para a suspensão da greve, nos próximos 21 dias, a partir de hoje (5), os fiscais que trabalham no terminal continuam em operação padrão.

A informação é do presidente da delegacia sindical do Unafisco no aeroporto, Carlos Marconi. De acordo com ele, mesmo que a maioria dos 140 auditores que trabalham no terminal tenham decidido voltar a trabalhar, a categoria deve seguir a decisão do sindicato nacional, que optou em assembléia, no último dia 30, por continuar a paralisação.

Marconi afirmou que a operação padrão tem sido respeitada e que não houve interferência no terminal de desembarque internacional. “Preservamos até agora, ao máximo, os passageiros que estão em viagem”, observou.

Segundo ele, não há notícias de que paralisações anteriores tenham tido a mesma adesão registrada na greve atual, que já perdura desde o dia 18 de março. Marconi lembrou que muitas empresas conseguiram mandados de segurança na justiça para que as cargas fossem liberadas e o volume de cargas parado nos armazéns de importação e exportação é muito grande. “Mas os funcionários de Cumbica [aeroporto de Guarulhos] têm um peso muito grande nas decisões, estaremos alinhados com os colegas caso se decida manter a paralisação”, informou.

O dirigente sindical disse que os auditores estão sendo pressionados a voltar a trabalhar, tanto pela administração da receita federal, quanto pelas empresas importadoras e exportadoras e até pelo Poder Judiciário, que vem determinando a liberação de cargas em até 24 horas, por meio de liminares, desde que a greve foi deflagrada. “Desta vez, temos o corte de ponto como uma ameaça também, mas vemos isso como incentivo para a categoria demonstrando a intransigência do governo em negociar”, disse Marconi, referindo-se à decisão judicial que autorizou o governo a cortar o ponto dos grevistas.

Haverá nova assembléia para reavaliar o movimento, ainda nesta semana. “Estamos esperando que até quarta-feira ocorra um fato novo, uma sinalização por parte do governo, a retomada das negociações ou algum outro fato novo que nos faça mudar os rumos do nosso movimento”, afirmou.

Marconi não soube estimar a quantidade de carga parada no terminal, mas disse que há material na pista, exposto à chuva, além das filas de caminhão aguardando para descarregar no setor de exportação. “Não sei dizer quanto tempo demoraremos para normalizar a situação porque não temos uma boa estrutura para trabalhar aqui em Cumbica [aeroporto de Guarulhos]”, disse.

Os auditores fiscais reivindicam equiparação salarial com os delegados federais, o que elevaria o salário da categoria de R$ 10.155,52 para R$ 11,614,10. O teto da carreira iria de R$ 13.382,26 para R$ 16.683,98. Mas o ponto da discórdia entre a categoria e o governo é o Sistema de Desenvolvimento da Carreira (Sidec).

Os auditores estão analisando contraproposta do governo que concordou em incluir, na avaliação para efeito de progressão na carreira, o fator antigüidade, considerado no plano atual e que ficou de fora na proposta inicial apresentada pelo Ministério do Planejamento sobre o Sidec.

No plano de carreira em vigor, além da antigüidade, o outro fator considerado é o mérito. Segundo o Unafisco, na proposta inicial do governo, um auditor só chegaria ao último nível da carreira em 42 anos de trabalho.

Fonte: Agência Brasil – 05/05/2008

Data da Notícia: 06/05/2008 00:00:00

Gostou do notícia? Compartilhe em suas redes sociais

Depo 25 Bonus 25

Depo 25 Bonus 25