Argentina e Brasil querem nota fiscal para o Mercosul
Brasil e Argentina estudam a possibilidade de criar uma nota fiscal conjunta do Mercosul, como segundo passo após a eliminação do dólar nas transações comerciais entre os dois países. A informação foi dada ontem pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Luiz Fernando Furlan.
“O projeto é parte de nosso objetivo de simplificação dos instrumentos de comércio exterior”, disse Furlan. “Será uma segunda fase depois da implementação da medida que permitirá a realização das transações comerciais em pesos e reais diretamente, sem a intermediação do dólar”, explicou.
O assunto será discutido hoje, em reunião que Furlan terá com a ministra de Economia argentina, Felisa Miceli, em Buenos Aires, e faz parte de uma proposta da ministra ao colega brasileiro, Guido Mantega, apresentada na cúpula dos presidentes do Mercosul, em julho, na cidade de Córdoba.
Ajuda – Ontem, o ministro brasileiro, que está em Buenos Aires desde domingo, reuniu-se com o braço-direito do presidente Néstor Kirchner, o poderoso Julio De Vido, ministro do Planejamento Federal, e as lideranças da União Industrial Argentina (UIA).
Os dois analisaram a contribuição que o Brasil pode fornecer na área de biocombustível. “A experiência que o Brasil tem será colocada à disposição do governo e do empresariado argentino”, disse Furlan. Eles também discutiram a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em eventuais financiamentos de investimentos estratégicos na área do sistema de transporte de gás. O BNDES tem um potencial de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para eventuais exportações à Argentina de bens e serviços de empresas brasileiras.
Montadoras – Além da comitiva ministerial, também está em Buenos Aires o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, que afirmou que é preciso que o Mercosul tenha uma estratégia para enfrentar o “tsunami chinês”.
“A previsão é de que este ano a China produzirá 6,4 milhões de automóveis”, alertou. Segundo Golfarb, as montadoras no Brasil e na Argentina pretendem pedir aos governos que reduzam o peso tributário, para que a produção possa ser mais competitiva no exterior.
Puxão de orelha – O ministro Luiz Fernando Furlan aproveitou para dizer que o empresariado brasileiro se pareceria a uma “torcida passional”, já que teria tido anos lucrativos durante o quadriênio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora protagonizando o paradoxo de não ter lhe declarado apoio substancial para a reeleição.
“Há um paradoxo na economia brasileira, na qual as empresas tiveram performance extraordinária, cresceram, aumentaram os investimentos, criaram empregos, aumentaram suas exportações, suas ações na bolsa aumentaram em três vezes, e em dólares mais do que isso. E alguns empresários que são beneficiários dessa situação positiva têm uma posição contrária ao governo atual. Esse é o paradoxo”, disse.
Furlan declarou que tem a convicção de que Lula será reeleito, mas deu a entender que não pretende ficar no cargo que ocupa desde o início deste mandato. “Há uma renegociação do passe, mas meu contrato de quatro anos é muito caro”, brincou.
“O projeto é parte de nosso objetivo de simplificação dos instrumentos de comércio exterior”, disse Furlan. “Será uma segunda fase depois da implementação da medida que permitirá a realização das transações comerciais em pesos e reais diretamente, sem a intermediação do dólar”, explicou.
O assunto será discutido hoje, em reunião que Furlan terá com a ministra de Economia argentina, Felisa Miceli, em Buenos Aires, e faz parte de uma proposta da ministra ao colega brasileiro, Guido Mantega, apresentada na cúpula dos presidentes do Mercosul, em julho, na cidade de Córdoba.
Ajuda – Ontem, o ministro brasileiro, que está em Buenos Aires desde domingo, reuniu-se com o braço-direito do presidente Néstor Kirchner, o poderoso Julio De Vido, ministro do Planejamento Federal, e as lideranças da União Industrial Argentina (UIA).
Os dois analisaram a contribuição que o Brasil pode fornecer na área de biocombustível. “A experiência que o Brasil tem será colocada à disposição do governo e do empresariado argentino”, disse Furlan. Eles também discutiram a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em eventuais financiamentos de investimentos estratégicos na área do sistema de transporte de gás. O BNDES tem um potencial de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para eventuais exportações à Argentina de bens e serviços de empresas brasileiras.
Montadoras – Além da comitiva ministerial, também está em Buenos Aires o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, que afirmou que é preciso que o Mercosul tenha uma estratégia para enfrentar o “tsunami chinês”.
“A previsão é de que este ano a China produzirá 6,4 milhões de automóveis”, alertou. Segundo Golfarb, as montadoras no Brasil e na Argentina pretendem pedir aos governos que reduzam o peso tributário, para que a produção possa ser mais competitiva no exterior.
Puxão de orelha – O ministro Luiz Fernando Furlan aproveitou para dizer que o empresariado brasileiro se pareceria a uma “torcida passional”, já que teria tido anos lucrativos durante o quadriênio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora protagonizando o paradoxo de não ter lhe declarado apoio substancial para a reeleição.
“Há um paradoxo na economia brasileira, na qual as empresas tiveram performance extraordinária, cresceram, aumentaram os investimentos, criaram empregos, aumentaram suas exportações, suas ações na bolsa aumentaram em três vezes, e em dólares mais do que isso. E alguns empresários que são beneficiários dessa situação positiva têm uma posição contrária ao governo atual. Esse é o paradoxo”, disse.
Furlan declarou que tem a convicção de que Lula será reeleito, mas deu a entender que não pretende ficar no cargo que ocupa desde o início deste mandato. “Há uma renegociação do passe, mas meu contrato de quatro anos é muito caro”, brincou.