Fiesp declara guerra à volta da CPMF
SÃO PAULO – A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez duras críticas às discussões que abrem a possibilidade de volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
“Aproveito essa oportunidade para dar um recado a algumas pessoas que andaram sonhando que R$ 1 trilhão de arrecadação no próximo ano para os cofres do governo federal talvez seja pouco. O recado que dou a essas pessoas é que tenham cuidado, porque nós vamos fazer com que esses sonhos virem pesadelos. Aqueles que queiram inventar novas contribuições ou impostos vão se arrepender dessa iniciativa”, disse o presidente da entidade, Paulo Skaf, ao abrir o Congresso da Indústria, em São Paulo, nesta segunda-feira.
Em seu discurso, Skaf destacou que a sociedade não aceita novos impostos, acrescentando que a Fiesp “fará tudo e não terá limites” nas ações para combater a criação de impostos. O presidente da Fiesp destacou que para levantar os recursos necessários à saúde, o governo deveria primeiro regulamentar a Emenda 29, que estabelece os investimentos mínimos no setor. “O dinheiro que deveria ir para a saúde, para a compra de remédios e produtos hospitalares, muitas vezes é desviado para asfalto”, afirmou. “A regulamentação da Emenda 29 significaria um aumento em torno de R$ 10 bilhões nos recursos à saúde”, complementou.
O economista e conselheiro da Fiesp, Paulo Rabello de Castro, classificou a possível volta da CPMF como um “estelionato eleitoral”. “Ganham a eleição em outubro para, então, anunciarem uma agenda escondida de reconstituição da CPMF. Isso não é estelionato eleitoral?”, declarou. “Não consta na agenda de nenhum dos candidatos eleitos essa questão. Eles deveriam ter vergonha de abrir a boca para fazer qualquer consideração sobre esse assunto.”
O economista revelou que a Fiesp, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pretende formar uma bancada para produzir uma proposta de reforma tributária “simples e transparente, com relativa neutralidade em relação aos interesses federativos”. De acordo com Rabello de Castro, tal proposta, que envolve a criação de um imposto único sobre mercadorias e serviços, poderia ser implementada sem prejuízo de arrecadação para qualquer esfera de governo.
“Seguiríamos o modelo adotado lá fora. O IVA (Imposto sobre Valor Agregado) seria o imposto do consumidor brasileiro, pago no supermercado, no shopping, na loja. Ao pagar, o consumidor saberá transparentemente a alíquota que está sendo cobrada”, explicou.
Câmbio e Juros
A tributação equivocada, na avaliação de Rabello de Castro, também é a fonte das distorções no câmbio e nos juros do Brasil. Para o economista, o atual modelo de tributação promove excessos nos gastos públicos, levando o governo a adotar altas taxas de juros para frear a demanda gerada por ele mesmo. “Essa taxa de juros, que é muito maior à praticada no exterior, atrai investimentos, inundando o Brasil artificialmente de moeda estrangeira”, explicou.
Em relação à reunião do G-20 (grupo das maiores economias mundiais), que acontece nesta semana na Coreia do Sul e tratará a questão cambial, Rabello de Castro se mostrou cético. “Eles estão discutindo os efeitos, e não as causas. Estão discutindo a guerra das moedas e, todas as vezes que nos defrontamos com isso, o problema não era o câmbio deste ou daquele país, mas a extrema desorganização dos gastos dos governos”, disse, acrescentando que o caminho natural é todos buscarem proteção no ouro. “A bolha de 2012 fatalmente vai estourar. A presidente eleita, Dilma Rousseff, deveria estar se preparando para o pior”, finalizou.
“Aproveito essa oportunidade para dar um recado a algumas pessoas que andaram sonhando que R$ 1 trilhão de arrecadação no próximo ano para os cofres do governo federal talvez seja pouco. O recado que dou a essas pessoas é que tenham cuidado, porque nós vamos fazer com que esses sonhos virem pesadelos. Aqueles que queiram inventar novas contribuições ou impostos vão se arrepender dessa iniciativa”, disse o presidente da entidade, Paulo Skaf, ao abrir o Congresso da Indústria, em São Paulo, nesta segunda-feira.
Em seu discurso, Skaf destacou que a sociedade não aceita novos impostos, acrescentando que a Fiesp “fará tudo e não terá limites” nas ações para combater a criação de impostos. O presidente da Fiesp destacou que para levantar os recursos necessários à saúde, o governo deveria primeiro regulamentar a Emenda 29, que estabelece os investimentos mínimos no setor. “O dinheiro que deveria ir para a saúde, para a compra de remédios e produtos hospitalares, muitas vezes é desviado para asfalto”, afirmou. “A regulamentação da Emenda 29 significaria um aumento em torno de R$ 10 bilhões nos recursos à saúde”, complementou.
O economista e conselheiro da Fiesp, Paulo Rabello de Castro, classificou a possível volta da CPMF como um “estelionato eleitoral”. “Ganham a eleição em outubro para, então, anunciarem uma agenda escondida de reconstituição da CPMF. Isso não é estelionato eleitoral?”, declarou. “Não consta na agenda de nenhum dos candidatos eleitos essa questão. Eles deveriam ter vergonha de abrir a boca para fazer qualquer consideração sobre esse assunto.”
O economista revelou que a Fiesp, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pretende formar uma bancada para produzir uma proposta de reforma tributária “simples e transparente, com relativa neutralidade em relação aos interesses federativos”. De acordo com Rabello de Castro, tal proposta, que envolve a criação de um imposto único sobre mercadorias e serviços, poderia ser implementada sem prejuízo de arrecadação para qualquer esfera de governo.
“Seguiríamos o modelo adotado lá fora. O IVA (Imposto sobre Valor Agregado) seria o imposto do consumidor brasileiro, pago no supermercado, no shopping, na loja. Ao pagar, o consumidor saberá transparentemente a alíquota que está sendo cobrada”, explicou.
Câmbio e Juros
A tributação equivocada, na avaliação de Rabello de Castro, também é a fonte das distorções no câmbio e nos juros do Brasil. Para o economista, o atual modelo de tributação promove excessos nos gastos públicos, levando o governo a adotar altas taxas de juros para frear a demanda gerada por ele mesmo. “Essa taxa de juros, que é muito maior à praticada no exterior, atrai investimentos, inundando o Brasil artificialmente de moeda estrangeira”, explicou.
Em relação à reunião do G-20 (grupo das maiores economias mundiais), que acontece nesta semana na Coreia do Sul e tratará a questão cambial, Rabello de Castro se mostrou cético. “Eles estão discutindo os efeitos, e não as causas. Estão discutindo a guerra das moedas e, todas as vezes que nos defrontamos com isso, o problema não era o câmbio deste ou daquele país, mas a extrema desorganização dos gastos dos governos”, disse, acrescentando que o caminho natural é todos buscarem proteção no ouro. “A bolha de 2012 fatalmente vai estourar. A presidente eleita, Dilma Rousseff, deveria estar se preparando para o pior”, finalizou.