Selic é foco do conflito
Depois de semanas trocando farpas públicas e privadas com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez ontem um esforço para amenizar a repercussão negativa das desavenças no centro da equipe econômica. Preocupado com a publicação de notícias sobre a disputa interna e a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mantega manteve contatos com jornalistas ontem para tentar convencê-los de que não há desentendimento algum.
Assessores mais próximos do ministro também entraram em cena para tentar desmentir a briga. Na versão apresentada, a conversa de Lula com Mantega e Meirelles no Palácio da Alvorada anteontem não foi para cobrar a união da equipe, mas sim para conversar sobre a conjuntura econômica. Como mostrou reportagem publicada ontem pelo Correio, essa versão é parcial. Além de tratar do cenário, Lula pediu para que os dois condutores da política econômica parassem de se alfinetar em público.
O principal foco de tensão é o rumo da taxa básica de juros (Selic). Meirelles e seu time acreditam que já existem sinais de inflação de demanda no país, o que já justificaria uma subida nos juros. Temendo prejuízos para o crescimento econômico, Mantega tem procurado alternativas. A primeira foi a de restringir o crédito, diminuindo o número de parcelas nos empréstimos a bens como automóveis, por exemplo. Um freio no consumo poderia arrefecer a inflação. Descartada essa hipótese, ele pensa agora em cortar gastos de forma mais decisiva.
Para o ministro, uma alta na Selic iria trazer mais dólares para o país, num momento em que as taxas nos Estados Unidos estão caindo. Isso deprimiria ainda mais a cotação da moeda norte-americana, afetando a competitividade dos produtos nacionais nos mercados externo e interno. Na conversa no Alvorada, Mantega expôs o assunto a Lula. O presidente se mostrou preocupado, mas reforçou o pedido de união.
Ontem, em conversas com assessores, Mantega negou também que haja divergências com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em torno do tamanho dos cortes no orçamento a serem anunciados na semana que vem. O titular da Fazenda ressaltou que a atribuição de determinar a magnitude do contingenciamento é de Bernardo. (RA)
Assessores mais próximos do ministro também entraram em cena para tentar desmentir a briga. Na versão apresentada, a conversa de Lula com Mantega e Meirelles no Palácio da Alvorada anteontem não foi para cobrar a união da equipe, mas sim para conversar sobre a conjuntura econômica. Como mostrou reportagem publicada ontem pelo Correio, essa versão é parcial. Além de tratar do cenário, Lula pediu para que os dois condutores da política econômica parassem de se alfinetar em público.
O principal foco de tensão é o rumo da taxa básica de juros (Selic). Meirelles e seu time acreditam que já existem sinais de inflação de demanda no país, o que já justificaria uma subida nos juros. Temendo prejuízos para o crescimento econômico, Mantega tem procurado alternativas. A primeira foi a de restringir o crédito, diminuindo o número de parcelas nos empréstimos a bens como automóveis, por exemplo. Um freio no consumo poderia arrefecer a inflação. Descartada essa hipótese, ele pensa agora em cortar gastos de forma mais decisiva.
Para o ministro, uma alta na Selic iria trazer mais dólares para o país, num momento em que as taxas nos Estados Unidos estão caindo. Isso deprimiria ainda mais a cotação da moeda norte-americana, afetando a competitividade dos produtos nacionais nos mercados externo e interno. Na conversa no Alvorada, Mantega expôs o assunto a Lula. O presidente se mostrou preocupado, mas reforçou o pedido de união.
Ontem, em conversas com assessores, Mantega negou também que haja divergências com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em torno do tamanho dos cortes no orçamento a serem anunciados na semana que vem. O titular da Fazenda ressaltou que a atribuição de determinar a magnitude do contingenciamento é de Bernardo. (RA)